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OSVALDINA DE SOUZA E SILVA

Receber o diagnóstico do câncer em meio à realização de um trabalho de autoestima com mulheres mastectomizadas poderia ser visto como uma piada de muito mau gosto do destino. Mas, para a funcionária pública e agente comunitária Osvaldina de Souza e Silva, 59 anos, tal vivência veio para reforçar sua espiritualidade e sua missão de vida: a de ir além de si mesma e focar no outro. E foi assim que ela transformou a ‘experiência oncológica’ em oportunidade para seguir e ampliar suas atividades em grupos de apoio, ter ainda mais propriedade para ajudar as pessoas na mesma situação e aderir ao tratamento para poder continuar sua própria luta e a de outros também.
Hoje posso dizer que a informação salva vidas. Sou a prova viva disso!

Em Belo Horizonte, Minas Gerais, conhecemos a agente comunitária e funcionária pública Osvaldina de Souza e Silva, 59 anos. Dina, como é conhecida pelos amigos, nos falou da importância de descobrir uma missão na vida. Em 2002, ela, que atua na área social há muitos anos, havia iniciado um projeto de assistência à saúde da mulher, especialmente às portadoras do vírus HIV e às mulheres que tinham perdido a mama em função do câncer.

Pensar em ajudar quando o que mais se precisa é ser ajudada não é, nem nunca foi, um contrassenso para Dina. “Seguir com meu projeto para mulheres mastectomizadas, mesmo estando com o emocional completamente abalado por ter recebido o diagnóstico de câncer, me fez enxergar que a vida não estava me pregando uma peça. Mas, sim, me preparando para essa luta”, acredita ela, que descobriu a doença em 2004 e sentiu na própria pele dramas que, até então, via outras pessoas passar. “Tive que esperar quase um ano para ter o diagnóstico e marcar a cirurgia. Uma demora que custou a evolução da doença. Depois da operação e da colocação da prótese, vieram mais fragilidade e depressão por ter que encarar oito meses de quimioterapia e 36 sessões de radioterapia. Minha rotina, meus projetos e sonhos pareciam se esfacelar, até que, passado esse momento inicial de desespero, reforcei minha fé. Dali em diante, nunca mais duvidei de que iria vencer aquela batalha”, lembra Osvaldina, que teve que enfrentar o drama da demora para iniciar o tratamento.

O que, infelizmente, acontece com milhares de mulheres no nosso país. Dina, mesmo passando mal devido aos efeitos colaterais do tratamento, não se desligou de suas causas nem de sua espiritualidade.

Desistir, para ela, nunca foi uma opção. Mesmo com sua família temendo pelo pior e ela tendo que lidar com o desespero deles. “Receber ajuda e apoio de amigos, enfermeiros e vizinhos que conheciam minha atuação na comunidade foi fundamental para me manter forte. E a energia adicional veio dos meus companheiros no budismo, filosofia que sigo, e também de pessoas de outras religiões que apareceram para oferecer suas orações. Eram tantas correntes positivas para mim que eu precisava reagir, não me entregar. E umas das tantas formas que eu usei para ter garra e vencer aquela barra foi me dedicar a quem estava passando pelo mesmo que eu. Juntos, formamos um grupo de apoio que cresceu e chegou a pacientes e familiares de vários hospitais. Foi assim que a minha luta pessoal se transformou na luta pelas mulheres, contra a falta de informação, o preconceito e a demora tanto para conseguir o diagnóstico como para iniciar o tratamento do câncer de mama. Hoje posso dizer que a informação salva vidas. Sou a prova viva disso!”

“Descobrir o câncer abalou minha vida, minha rotina, meus sonhos e projetos. Mas, me conectar com a minha espiritualidade renovou a autoconfiança de que eu poderia vencer aquela batalha e ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo. Com uma corrente do bem dessas, nada pode nos abater, nem essa doença”

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