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Estudos feitos com pessoas que estão tratando ou já venceram o câncer comprovaram que incluir a atividade física na rotina diária ajuda a diminuir os efeitos colaterais dos tratamentos, a aumentar o bem-estar e a disposição, a fortalecer o sistema imunológico e a reduzir o risco de recidiva, além de, é claro, melhorar a autoimagem. E o melhor de tudo é que para ter esses benefícios todos você não precisa virar atleta nem viver em função de treinar! Saiba como incluir mais atividade física no seu dia a dia e como viver mais e melhor.
“Inúmeras evidências científicas provam que o exercício físico pode reduzir as chances de desenvolver câncer, isso explica por que a prática esportiva já faz parte da prescrição médica. Some a isso o fato de que, assim como os maus hábitos alimentares, o tabagismo e a obesidade, o sedentarismo, ou a falta de atividade física, são alguns dos fatores de risco mais importantes”, alerta a fisioterapeuta Tania Tonezzer, fundadora do canal de conteúdo on-line Onco Movimento.
Pesquisas e diretrizes mundiais em saúde pública indicam que o câncer vai ser a principal causa de morte no mundo em 2030, acima das cardiopatias. “A melhor maneira de lidar com uma epidemia é adotando instrumentos de prevenção, e a atividade física é dos mais importantes quando o assunto é câncer. Para se precaver e ajudar no tratamento, não é preciso virar atleta. Basta praticar trinta minutos de atividade moderada por dia, cinco dias por semana, ou então, quarenta minutos por dia em um nível mais intenso, duas vezes por semana. Essa recomendação foi ampliada para pacientes oncológicos, porém, a atividade física precisa ser orientada por um profissional por dois motivos principais: primeiro, porque ele vai adequar o treino e a frequência conforme o momento do tratamento, já que há períodos em que as náuseas, os enjoos e a fadiga são muito fortes, a imunidade está baixa ou a pessoa se sente mal porque a primeira sessão de quimioterapia foi marcada; e, segundo, para entender o que a pessoa gosta e a motiva; caso contrário, ela não vai aderir”, ressalta Tania Tonezzer, que atualmente orienta um grupo de mulheres com câncer metastático que se exercitam juntas num parque de São Paulo. Concorda com ela o educador físico, nutricionista e mestre em imunologia Daniel Barreto de Melo, do Meniá Centro de Prevenção, em São Paulo, que completa: “Entre os cânceres, o de mama é o que tem mais estudos apresentando uma redução da recidiva, ou retorno da doença, com a prática regular de atividade física. Ou seja, mais um ponto contra o sedentarismo”.
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Muito mais benefícios
A fisioterapeuta Tania Tonezzer conta que hoje os exercícios já fazem parte do tratamento oncológico, porque impactam o paciente de maneira positiva em todos os aspectos. “A prática de atividades físicas bem orientadas, respeitando os limites pessoais e individuais, favorece a performance cardiovascular, física e cognitiva. Como consequência, a fadiga e as dores articulares diminuem, a pessoa passa a dormir melhor, fica menos suscetível à depressão, seu metabolismo é favorecido, assim como o sistema imunológico e a circulação. Essa maior quantidade de sangue e de células de defesa circulando no corpo e de medicação oncológica sendo levada para dentro do tumor não só reduz os efeitos colaterais do tratamento como melhora a resposta a ele”, completa o educador físico e mestre em imunologia Daniel Barreto de Melo. Benefícios à parte, a gente sabe que pode ser difícil sair da inércia ou pensar em se exercitar tendo um câncer no radar. No entanto, quem se esforça e sai da zona de conforto não se arrepende. Por isso, lembre-se: os ganhos são reais e virão mesmo que você comece devagar.
“A atividade física já fazia parte da minha vida antes mesmo de eu receber o diagnóstico do câncer de mama. E acredito firmemente que esse histórico e também o fato de não ter parado de me exercitar durante o tratamento fizeram com que eu me recuperasse mais rápido da cirurgia de retirada de um quadrante da mama e passasse superbem pela radioterapia, sem sentir o cansaço e a fadiga típicos, e já pudesse voltar à minha rotina de trabalho e estudos. Quando o câncer reapareceu e precisei fazer a mastectomia, retirando a mama, e a quimioterapia, o baque foi maior, claro, mas nem assim me dobrei. Foi importante respeitar meus limites, já que havia dias bons e outros nem tanto; apenas reduzi o ritmo do treino. Resultado: mesmo tomando hormônios, não tive quase nenhuma dor articular ou exaustão.”
Tania Tonezzer, 56 anos, teve câncer de mama há quinze anos e uma recidiva há doze. A experiência com esses enfrentamentos e com a atividade física como ferramenta para reduzir os efeitos colaterais da terapia oncológica, potencializar o efeito do tratamento e mantê-la saudável desde então a estimulou a fundar em parceria com a amiga e também fisioterapeuta Kamila Adorni o canal de conteúdo on-line Onco Movimento, que estimula a prevenção, o tratamento e o acompanhamento de pacientes oncológicos por meio da atividade física e do exercício físico.
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